Querido diário,
Hoje foi o dia em que perdi minha avó materna.
Pensar sobre a morte sempre foi uma atividade que considerei importante, pois é um dos únicos fatos que podemos estabelecer sobre as nossas vidas. É a única previsão, que um dia ou outro, acontecerá.
Quando uma pessoa amada morre, qualquer preparação racional antecipada se torna fútil diante dos efeitos emocionais e urgências corporais que a dor pode causar.
A morte tem o forte poder de silenciar o mundo em volta.
Isso é necessário para que todo meu ser racional e emocional entenda e processe a perda e o significado de não ter interações concretas com essas pessoas, nunca mais.
Eu nunca mais vou sentir o sabor daquelas galinhadas com mandioca cozida em alguns domigos.
Eu nunca mais vou ouvir ela me abeçoando: “Deus te abençoe, meu neto”
Eu nunca mais vou sentir aquele abraço forte e magro, de um corpo que trabalhou muio na roça para sustentar uma família de muitos.
Mas eu sempre vou lembrar do amor e da dedicação de uma mulher forte, que sofreu e que também pôde viver muitos momentos felizes.
A minha avó era a personificação do amor, da força e da luta.
Vai viver pra sempre em minha memória.
Também perdi a minha avó materna por esses dias. Sinto muito pela sua dor, cara. Ela continuará viva nas lembranças e histórias. Forte abraço